O uso de telas para crianças tem se tornado cada vez mais comum em nossos dias. Com o aparecimento dos smartphones, tablets e computadores a exposição das crianças a esses dispositivos é quase inevitável. No entanto, muitos especialistas alertam para os problemas que essa exposição excessiva pode trazer.
O primeiro problema é a interferência na qualidade do sono. A exposição às telas antes de dormir pode afetar a produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o sono. Isso pode levar a uma dificuldade de dormir, o que pode causar problemas no desempenho escolar e na saúde em geral.
Outro problema é o impacto na saúde mental. O uso excessivo de telas pode aumentar os níveis de ansiedade, depressão e estresse em crianças. Além disso, pode afetar o desenvolvimento social e emocional, já que as crianças estão perdendo a oportunidade de interagir com outras pessoas e desenvolver habilidades sociais importantes.
A exposição às telas também pode levar a problemas físicos, como dor de cabeça, fadiga ocular e postura inadequada, além de que seu uso prolongado pode levar à miopia e outras doenças oculares.
Por fim, o uso excessivo de telas também pode afetar o desempenho escolar das crianças. Muitas vezes as crianças que passam muito tempo em frente às telas têm um desempenho inferior na escola, pois estão menos propensas a realizar atividades físicas, ler livros e participar de atividades que estimulam a criatividade.
Para evitar esses problemas é importante limitar o tempo que as crianças passam em frente às telas. As diretrizes recomendam que as crianças com menos de 2 anos de idade não devem ter contato com telas e que as crianças entre 2 e 5 anos devem ter no máximo 1 hora de exposição diária. Para crianças mais velhas, os pais devem estabelecer limites adequados e incentivar a prática de atividades físicas e outras formas de entretenimento que estimulem a criatividade.
5 SUGESTÕES DE COMO OS PAIS PODEM PROCEDER PARA DIMINUIR O USO DE TELAS POR SUAS CRIANÇAS:
1- Estabeleça limites de tempo: Defina um limite de tempo diário para o uso de telas e certifique-se de que seus filhos estejam cientes desses combinados.
2- Forneça alternativas de atividades: Incentive seus filhos a se envolverem em outras atividades, como ler livros, brincar ao ar livre, fazer artesanato, jogar jogos de tabuleiro ou de raciocínio lógico. Isso ajudará a estimular sua criatividade e vai mantê-los ocupados sem depender exclusivamente de telas para entretenimento.
3- Defina horários específicos para o uso de telas: Combine os horários específicos para o uso de telas, como por exemplo, após o término das tarefas escolares ou de alguma atividade mais dirigida. Isso ajudará a garantir que seus filhos estejam gastando seu tempo de forma mais produtiva.
4- Use ferramentas de controle parental: Use ferramentas de controle parental para ajudá-lo a gerenciar o uso de telas de seus filhos. Essas ferramentas podem ajudá-los a limitar o tempo de tela, bloquear conteúdo inadequado e monitorar a atividade online de seus filhos.
5- Seja um modelo de comportamento: Lembre-se de que seus filhos observam seu comportamento e tendem a imitá-lo. Se você estiver constantemente usando seu telefone ou tablet, seus filhos podem achar que é aceitável passar muito tempo em frente às telas. Tente estabelecer um bom exemplo para seus filhos, limitando seu próprio tempo de tela e participando de outras atividades com eles.
Estudos que falam sobre o assunto: 1- Estudo da Universidade de Toronto, Canadá – Esse estudo publicado em 2019 na revista JAMA Pediatrics, analisou dados de mais de 2.400 crianças com menos de 3 anos. Os pesquisadores descobriram que o uso de telas estava associado a um atraso no desenvolvimento da fala. 2- Estudo da Universidade de Calgary, Canadá – Esse estudo publicado em 2017 na revista Pediatrics, analisou dados de mais de 1.500 crianças com idades entre 6 meses e 2 anos. Os pesquisadores descobriram que o uso de telas estava associado a um maior risco de atraso no desenvolvimento da linguagem. 3- Estudo da Universidade de Iowa, EUA – Esse estudo publicado em 2019 na revista JAMA Pediatrics, analisou dados de mais de 2.400 crianças com idades entre 12 e 36 meses. Os pesquisadores descobriram que o uso excessivo de telas estava associado a um maior risco de atraso no desenvolvimento da linguagem, além de diminuição da atividade física e má qualidade do sono.